Estar no olho do furacão. Essa expressão é usada quando alguém está metido em uma confusão, no rolo. O engraçado que o centro do furacão é, na verdade, o lugar mais tranquilo comparado com a confusão armada ao redor do redemoinho. E é essa a ideia que o mindfulness pretende passar: de que estar no centro é estar em paz.

O mundo mantém o cérebro humano ligado no 220 kw, tanta coisa acontecendo, tanta informação sendo difundida, tantos afazeres, etc… Nós nunca tivemos que fazer isso e ainda não estamos sabendo fazer. E com a proposta de acalmar esse turbilhão que envolve a vida atual, surgiu o conceito de mindfulness.

Essa palavra em inglês poderia ser traduzida como “plena atenção”. Como conceito, é um estado de consciência que surge quando focalizamos a atenção para o que estamos vivenciando aqui, agora, sem julgamento.

E o que isso tem a ver com o futebol? Tudo.

Mindfulness: esteja focado no que está fazendo agora

A melhor forma de entender o mindfulness é mostrar na prática. Para isso, vamos propor uma experiência: envolva sua garganta com a mão e aperte levemente. Feche os olhos. Sinta a sua pulsação. Sinta na sua mão, a temperatura do seu pescoço. Sinta a temperatura da sua mão, envolvendo seu pescoço. Conte até 10.

Pronto. O estado de consciência atingido com essa experiência é o que chamamos de mindfulness. Ao focarmos no que está acontecendo no aqui e agora, ativamos uma parte do nosso cérebro que chama “circuito da experiência direta” que é o que nos permite entender o que está acontecendo conosco, no presente.

Esses poucos momentos de silêncio que atingimos são na maioria das vezes interrompidos por inúmeros outros pensamentos, criados por outra parte do nosso cérebro, conhecida como “circuito narrativo”. É nesse estado que a maioria de nós se encontra, o tempo todo, a conhecida mente divagante.

É importante lembrar que se um circuito está ativo, o outro está inativo. Os dois não funcionam juntos. Se você está no aqui e agora, não está divagando. E se está divagando, não está no aqui e agora. Um suprime o outro.

Ou seja, para cortar aquelas conversas que temos conosco mesmo, onde remoemos fatos passados, nos preocupamos com o futuro, nos afundamos em lamentações, pensamentos ruins, preocupações e ressentimentos… o que fazer? Trazer a nossa atenção para o que está acontecendo no presente.

Mindfulness: porque usar no futebol?

Qual jogador de futebol não sentiu-se mal por não ter atingido o desempenho esperado? Ou que não se afundou em críticas autodepreciativas, relembrando momentos péssimos passados em campo? Sabemos que a mente humana é poderosa e muitas vezes cria cenários inexistentes.

Esses pensamentos julgadores, repletos de fantasmas do passado e algumas projeções irreais do presente, podem arruinar uma jogada genial ou ser a causa da bola passar em cima do gol na hora de bater o pênalti. E por isso, o mindfulness ajuda muito em campo: é uma forma de prestar atenção no propósito, dirigir a atenção ao presente, na jogada do momento.

Se você não está julgando o que acontece, apenas enxerga o que está acontecendo, mantém a atenção e executa o que precisa ser feito na hora.
Muitos psicólogos atestam que a meditação é a chave para melhorar o desempenho esportivo. Com o tempo, a prática do mindfulness traz alguns efeitos neurológicos e psicológicos consistentes como:

  • Fortalecimento da atenção;
    Diminuição das distrações;
    Aumento da consciência corporal;
    Domínio sob as emoções;
    Redução do estresse;
    Controle da ansiedade e da impulsividade;
    Ampliação da capacidade de decisão.

No esporte, assim com na vida de um modo geral, as pessoas acreditam que a mente é importante mas não empenham-se para treiná-la. Mindfulness é estar no seu centro, uma maneira de exercitar o cérebro e se concentrar no lance, na dividida, no drible, no chute… E a fazer o que você queira para alcançar maior desempenho.

Se você gostou do assunto, fique atento aqui no blog da Joga que falaremos mais sobre esse tema.

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